Pedagoga - Psicopedagoga
Especialista em Atendimento Educacional Especializado
Mestre em Educação pela Universidade Católica de Petrópolis
Jogos Adaptados/Recursos Pedagógicos
Aluno com deficiência física |
Esse jogo é como uma lousa, porém de tecido com feltro e velcro. A utilização do quadro imantado também funciona em alguns casos. No caso de alunos com encefalopatia crônica(paralisia cerebral) a adaptação precisa ser diferente, e claro, estudado caso a caso. No caso dos alunos que eu atendo na Sala de Recursos Multifuncionais, como no caso da foto acima, o jogo precisava ser "de fácil manipulação" pelo aluno. Essa é a vantagem desse jogo, ele tem as letras "fofinhas" ou "gordinhas" o que para uma pessoa com a coordenação motora enrijecida facilita. Esse jogo pode der utilizado de várias formas:
- Montar por letras;
- Montar por sílabas;
- Montar o alfabeto e explorá-lo, pedindo que o aluno ache as letras do próprio nome;
- Retirar uma letra e trocar por outra, para que o aluno perceba que palavras diferentes possuem partes sonoras iguais ex: bola – bolo;
- Escrever palavras de interesse, como por exemplo, alunos que gostam de esportes, pode solicitar que escrevam o nome de algum jogador, time, etc;
- Qualquer atividade que envolva escrita e leitura de palavras pode ser realizada com o apoio desse jogo;
- Os objetivos vão variar de acordo com a atividade e podem, desde estimular a consciência fonológica, como ajudar o aluno a compreender que as palavras são escritas por letras e não figuras e números e que cada letra tem sua função e precisa ser registrada. Compreender que palavras variam em quantidade de letras e sílabas,. Também pode ser us comparar palavras quanto ao número de sílabas e letras, identificar as sílabas como unidade sonora, discriminar vogais e consoantes, entre várias outras.
- Esse jogo é um recursos pedagógico e pode ser usado como adaptação de material para alunos com necessidades educativas especiais.
Jogo Quebra-cabeça
Esse jogo é um quebra-cabeça simples dividindo os bichinhos em duas partes, a parte da frente e a parte de trás, o que já é um conceito. Os alunos com deficiência física e/ou intelectual poucas vezes conseguem montar um quebra-cabeça, pela dificuldade de pegar as pecinhas, pela dificuldade de juntar as pecinhas, de mantê-las na mesa e até dificuldade em perceber que uma figura recortada pode ser montada e formar uma figura. Para o aluno com coordenação motora enrijecida, conseguir montar esse jogo é mais que uma satisfação, pois percebem que são capazes de realizar atividades que seus colegas também realizam, como montar uma quebra-cabeça.
Jogo corpo humano
O jogo do corpo humano é um sucesso entre os alunos. Primeiro eles montam cada parte do corpo e então completam com as roupinhas. Com esse jogo, além de desenvolvermos o esquema corporal, também trabalhamos com conceitos de quente e frio. Geralmente conto uma história com o aluno e nessa história a menina ou o menino(tem os dois tabuleiros) precisam se vestir para ir ao local contado na história. Ex: a menina irá ao parque e está muito frio... Criamos o nome do personagem e o arrumamos adequadamente.
Esse jogo tem várias funções, além das já citadas que envolvem atenção e concentração e a coordenação motora, também são objetivos:
- Percepção do corpo e cada parte do corpo;
- Noção de conceitos de dias frios e dias quentes, mudando a roupinha do boneco de acordo com o que é solicitado;
- Alguns deficientes intelectuais são tão severamente comprometidos que não se apropriaram da ideia de que a calça e a bermuda são usadas nos membros inferiores. Muitos desses alunos são superprotegidos ou pouco estimulados e conceitos básicos podem não fazer parte de sua realidade.
Por esse motivo há a grande importância dos estímulos como cores, formas, conceitos de frio, quente, em cima, em baixo, menino, menina, o contato com diferentes texturas, diferentes objetos e sua utilidade, etc.
Jogo dos números
O jogo dos números ajuda a desenvolver habilidades iniciais da matemática como a grafia do número e a quantidade respectiva. Quando o aluno apresenta maior desenvoltura na quantidade e no reconhecimento do número, costumo colocar o número 10 por exemplo e entrego o tabuleiro com 8 pecinhas grudadas. O aluno precisa se organizar mentalmente para completar com a quantidade que falta. Nessa mesma perspectiva é possível trabalhar a subtração.
Esse é um jogo simples que ajuda a desenvolver habilidades como a percepção analítica, a coordenação motora fina, a atenção, concentração e a capacidade de análise e síntese visual.
Também desenvolve conceitos simples, desde figuras geométricas e cores. Muito indicado para alunos com deficiência intelectual severa. Também pode ser utilizado com alunos com deficiência visual, já que o contorno é feito em alto relevo. Também pode ser adaptado com texturas diferentes para estimular a percepção tátil.
Objetivos: Coordenação motora, percepção visual, atenção e concentração, organização mental, comparação.
Esse foi o primeiro material criado, o objetivo era trazer para a vida do aluno Adrian o seu nome escrito. Adrian mora no hospital desde que nasceu e pouco contato tem com o mundo escrito. Com esse jogo iniciamos um trabalho de exploração de cores, formas, letras e texturas que foram surgindo com a criação de cada um desses jogos. Adrian adora esse jogo, se sente importante ao ver um jogo só com as letras do seu nome.
Era importante que ficasse preso à mesa, já que ao puxar a letra do seu nome, como tem a coordenação motora muito enrijecida, todo o jogo vinha em sua direção. Nesse momento Patricia utilizou de suas habilidades de artesã e criou esse esquema de prender e soltar a cordinha, que pôde ser utilizada em todos os jogos.
O jogo do sorvete foi criado com as próprias ideias da Patricia, que me mostrou e eu logo me interessei. Esse jogo trabalha primeiramente as cores, mas pode ser usado para trabalhar sequência e quantidade.
Os alunos com deficiência intelectual, principalmente, possuem memória de trabalho limitada ou curta. Esse jogo pode nos ajudar a desenvolver esta habilidade. Por exemplo, solicite que o aluno monte a sequencia: verde e azul. Não repita mais a informação e espere que ele se organize mentalmente e monte a sequência. Vá aumentando as sequências gradativamente: Azul, verde e amarelo...e assim sucessivamente.
Outra possibilidade é desenvolver a memória. Monte o sorvete com uma ordem qualquer, peça que o aluno olhe e memorize, depois retire uma cor e junte todas, sem perder a sequencia. O aluno precisa descobrir que cor está faltando e de onde saiu.
Se mudarmos o jogo colocando texturas diferentes pode ser usado com os deficientes visuais. Novamente reforço que é um jogo adaptado para deficientes físicos, alunos com coordenação motora enrijecida ou em desenvolvimento, alunos com Transtorno Global do Desenvolvimento, deficientes auditivos, deficientes visuais, paralisados cerebrais, entre outros.
Boneco Bernardo
Boneco Bernardo
O boneco além de ter um papel pedagógico, também tem um papel terapêutico, ajudando o Adrian a se encontrar e a se identificar com alguém.
Adrian ensina e aprende com o amigo!
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